sexta-feira, 29 de maio de 2009

Minha vida escolar!

O Início da minha história estudantil

Lembro-me com muito carinho dos meus pais, antes mesmo que eu começasse á freqüentar escola já me ensinavam a importância da leitura para a formação de um cidadão. Lembro do apoio e do incentivo que os mesmos me davam para que eu me interessasse mais pelos estudos e pela leitura. Hoje os agradeço por ser quem eu sou, pois sendo eles os meus exemplos de vida me considero uma pessoa bem instruída e informada.

Tenho bem poucas lembranças da minha educação infantil, era uma escola particular em Nazaré das Farinhas no interior da Bahia. Recordo muito que desenhava, cobria letras e números, pintava e tinha muitas brincadeiras. De acordo com Tizuko Kishimoto (2000), “o jogo é fundamental para a educação e o desenvolvimento infantil. Quer se trate do jogo tradicional infantil, reduto da livre iniciativa da criança, marcado pela transmissão oral, ou do jogo educativo, que introduz conteúdos escolares e habilidades a serem adquiridas por meio da ação lúdica”.

Na alfabetização já consigo ter um pouco mais de recordações. A professora Ana era muito eficaz, ela sempre ensinava com desenhos e ate musicas o que acabava criando um clima descontraído, fazendo com que a turminha da época estivesse sempre atenta e incentivada a aprender. Foi nessa época que aprendi a ler e escrever, iniciando com as vogais, não me recordo como eram as músicas usada pela professora que na época chamávamos de tia, mas lembro-me muito bem que ao chegar em casa cantava a música toda para minha mãe. Com relação às consoantes, o processo foi um pouco mais longo, pois a professora além de ensinar as letras minúsculas, também ensinava as maiúsculas, sempre com o mesmo incentivo de utilizar as música para despertar o interesse da turma, dessa maneira, conseguimos aprender todo alfabeto. Foi nesse período que a professora deu um grande passo no meu aprendizado, ela começou a ensinar da junção de uma consoante e com uma vogal, comecei a aprender escrever da...de...di...do...du...., fazendo essa casadinha com todas as consoantes. E em seguida ela nos ensinou a formar as palavrinhas como: da+do=dado, pa+to=pato, entre outras. Depois disso para soletrar foi rapidinho era só falando e escrevendo.

Teve algo muito importante em meio, a todo esse aprendizado, o livro “A casinha feliz” marcou muito esse episodio tão importante da minha vida, foi nele que aprendi a ler e escrever era com base nesse livro tão marcante para mim, pois todos os dias era uma brincadeira nova que a professora fazia, e toda turma ficava ansiosa para chegar a hora de ir para escola, pois sabíamos que teria uma nova aventura com o livro.

As sextas-feiras, a professora sempre vinha com uma historia nova pra contar para turma, os livros que mais ficaram gravados na minha memória foram: branca de neve, os três porquinhos, a bela e a fera, entre outras historias infantis.

Tudo isso não teria tido sucesso se não fosse por meus pais que tiveram a sensibilidade de me matricular em uma escola e me dar todos os parâmetros possíveis para que eu viesse a aprender a ler e escrever, a professora foi muito competente ao me ensinar e minha mãe muito saiba ao me incentivar em casa a colocar em pratica o que tinha aprendido em sala de aula.

Já na 1ª serie com a professora Arlete, sempre dedicada, foi quando descobri que precisava de notas para aprovação, sempre fui uma aluna que estudava, o que menos gostava nesse período era o ditado, pois ao errar uma palavra, para aprender escrever corretamente tinha que copiar várias vezes, o que mais gostava era quando recebia o resultado das provas e sempre eram notas boas e da aula de educação física. Hoje compreendo que essas características fazem parte da tendência tradicional de ensino onde se valoriza exercício de fixação, como leituras repetitivas, cópias e superestima da prova como elemento central de avaliação.

Na 2ª. e 3ª. série tive o meu primeiro contato com escola pública, foi quando pude notar as diferenças. Diferenças essas relacionadas à qualidade do ensino oferecido por ambas as escolas. A História da educação no Brasil mostra que essa desigualdade é resultado de uma escola dualista que a alguns oferece uma educação mais refinada cabendo a outros apenas a elementar e profissionalizante. Segundo Althusser (2007) isso ocorre devido aos aparatos ideológicos do estado, quando a escola não oferece chances iguais para todos, mas, ao contrario, determina de antemão a reprodução da divisão das classes sociais.

Na 4ª. série, voltei para escola particular com a professora Márcia, gostava dela. Porém compreendo, que das professoras que tive no fundamental I eram menos preparada, não se importava em trazer coisas novas para ensinar, apenas transmitia o conteúdo, não atribuo o caráter conteudista das aulas á concepção tradicional, mas sim a falta de profissionalização. Afinal, acreditar que o magistério é um sacerdócio ou seguir a carreira docente por vocação são maneiras de depreciação do trabalho docente, que merece ser respeitado principalmente sob o aspecto do trabalho realizado, e não como ocupação desinteressada, amorosa ou mística.

No período da 5ª. a 8ª. série voltei para uma escola publica onde as minhas tias eram professoras. Lembro-me como era uma aluna bem comportada e tirava notas boas, os professores tinham bastantes conteúdos, mas nunca deram motivação a leitura. Como já era de costume decorar e colocar na prova estavam tudo bem, pois naquela época eu achava que para ser uma boa aluna bastava tirar notas boas.

No ensino médio, nessa mesma escola do estado, cursei o magistério. Eu gostava muito dos professores, sempre dispostos a passar metodologias de como ensinar. No entanto como eu já estava condicionada a estudar para a prova, não visando o meu desenvolvimento integral, tive diversas dificuldades principalmente no estágio, esforçava-me para quebrar minhas próprias barreiras. Entretanto, nos dias atuais ainda é um desafio envolver-me em escritas mais complexas.
Cristina Pereira

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